Ansiedade em jovens: como identificar os sinais e oferecer apoio eficaz

A ansiedade entre adolescentes e jovens adultos tem crescido de forma preocupante no Brasil e no mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 30% dos jovens brasileiros relatam sintomas relacionados à ansiedade. O cenário é impulsionado por uma combinação de fatores: pressão por desempenho, excesso de estímulos nas redes sociais, incertezas sobre o futuro e mudanças hormonais.

Embora a adolescência seja uma fase natural de descobertas e instabilidades emocionais, o aumento de diagnósticos relacionados à saúde mental nessa faixa etária acende um sinal de alerta. O que antes era visto como “drama” ou “fase” precisa, agora, ser encarado com empatia e responsabilidade.

Neste artigo, você vai entender os principais sinais da ansiedade em jovens, por que essa fase da vida é mais vulnerável e, principalmente, como ajudar de forma acolhedora e eficaz. Se você é pai, mãe, professor ou cuida de adolescentes, continue a leitura e faça parte da rede de apoio emocional que pode transformar vidas.

O que é ansiedade e como ela afeta os jovens?

É normal sentir-se ansioso antes de uma prova ou uma entrevista importante. Porém, quando esse sentimento se torna constante, desproporcional e interfere nas atividades do dia a dia, ele pode indicar um transtorno de ansiedade.

Nos jovens, a ansiedade pode afetar não apenas o desempenho escolar, mas também a autoestima, os relacionamentos e até mesmo a saúde física. O problema, muitas vezes, é que esses sinais são confundidos com “preguiça”, “rebeldia” ou “falta de interesse”, o que pode atrasar o diagnóstico e agravar o quadro.

Principais sintomas da ansiedade em jovens

A ansiedade se manifesta de diferentes formas. É importante observar os sinais físicos, emocionais e comportamentais, que muitas vezes aparecem de forma combinada:

Sintomas físicos

  • Batimentos cardíacos acelerados (taquicardia)
  • Falta de ar e sensação de sufocamento
  • Tonturas, náuseas e dores de estômago
  • Sudorese excessiva
  • Tensão muscular e dores frequentes sem causa física

Sintomas emocionais

  • Preocupação constante com o futuro
  • Medo intenso de falhar ou de ser julgado
  • Pensamentos negativos repetitivos (“vai dar tudo errado”)
  • Irritabilidade ou crises de choro
  • Desânimo, apatia e sensação de estar sobrecarregado

Mudanças de comportamento

  • Isolamento social ou evitação de interações
  • Dificuldade de concentração e queda no desempenho escolar
  • Alterações no sono e na alimentação
  • Afastamento de atividades antes prazerosas

Se esses sintomas persistirem por mais de duas semanas ou começarem a prejudicar a rotina do jovem, é importante buscar ajuda de um profissional da saúde mental.

Por que os jovens estão mais vulneráveis à ansiedade?

A adolescência é um período de intensas mudanças físicas, emocionais e sociais. É também a fase em que se formam as principais referências de identidade, autoestima e pertencimento, o que torna os jovens especialmente sensíveis a críticas, comparações e cobranças externas. Nesse momento da vida, o cérebro ainda está em desenvolvimento, principalmente nas áreas ligadas à regulação emocional e ao controle de impulsos, o que pode aumentar a intensidade das reações emocionais.

Fatores de risco mais comuns:

  • Cobranças acadêmicas: provas, vestibulares e pressão por excelência
  • Redes sociais: comparação constante com padrões inalcançáveis de corpo, sucesso e vida ideal
  • Instabilidade emocional e hormonal: comuns durante a puberdade
  • Excesso de estímulos digitais: que causam dificuldade de foco e aumentam a sobrecarga mental
  • Bullying, luto, separação dos pais ou vivências traumáticas

É essencial que pais, responsáveis e educadores estejam atentos a esses fatores e saibam acolher emocionalmente os adolescentes que demonstram sinais de sofrimento psíquico.

5 formas de ajudar um jovem com ansiedade

Nem sempre os jovens sabem expressar que estão ansiosos, ou sequer têm consciência disso. Por isso, o apoio da família, escola e rede de convivência é fundamental. Veja algumas atitudes que fazem a diferença:

1. Valide os sentimentos

Evite julgamentos ou minimizar a dor do jovem. Escute com empatia e diga: “Você não está sozinho, estou aqui para te ajudar”.

2. Observe mudanças no dia a dia

Alterações no humor, isolamento, mudanças de sono, alimentação e rendimento escolar são sinais que merecem atenção.

3. Incentive práticas saudáveis

Exercícios físicos, atividades artísticas, momentos de lazer e contato com a natureza ajudam a reduzir o estresse e equilibrar a mente.

4. Estabeleça limites saudáveis com telas

Especialmente antes de dormir. O uso excessivo de celulares e redes sociais está diretamente ligado ao aumento da ansiedade em adolescentes.

5. Ensine técnicas de respiração e autocontrole

Exercícios como a respiração 4-7-8 (inspirar por 4 segundos, segurar por 7, soltar por 8) ajudam a controlar crises de ansiedade e melhoram o foco.

Tecnologia pode ser aliada

Alguns aplicativos podem ajudar jovens a monitorar emoções e encontrar momentos de calma:

  • Calm: meditações guiadas, sons relaxantes e exercícios de respiração
  • Daylio: diário de humor e hábitos
  • GAD-7: questionário online validado para autoavaliação de sintomas de ansiedade

Quando procurar ajuda médica com urgência

Alguns sinais indicam que o jovem precisa de apoio psicológico imediato:

  • Pensamentos suicidas ou de automutilação
  • Crises de pânico frequentes
  • Comportamento agressivo ou autodestrutivo
  • Afastamento escolar ou social extremo

Se você notar qualquer um desses sinais, procure imediatamente atendimento especializado.

Conclusão: apoio emocional pode salvar vidas

A ansiedade em jovens é uma realidade crescente que precisa ser reconhecida com seriedade. Quando ignorada, pode levar a quadros mais graves, como depressão, uso de substâncias ou evasão escolar.

Se você convive com adolescentes, ouça com atenção, acolha sem julgamento e busque apoio profissional sempre que necessário. Na Segmedic, você encontra psicólogos, psiquiatras e uma rede preparada para atender com empatia, sigilo e responsabilidade.

Agende sua consulta e cuide da saúde mental de quem você ama. Estamos aqui para ajudar.